Chocalhos 2018, alguns olhares...






Este festival, ou festa, fala-nos de um tema que eu gosto muito, os pastores e os caminhos da transumância. Na infância via o meu avô a percorrer longas distâncias com o rebanho para os pastos mais altos e mais verdes, este ritual que me foi muito próximo durante anos, traz-me à memória os caminhos, as paisagens, os cheiros e os sabores dessa época que também acontecia na Serra da Gardunha. Hoje em dia torna-se quase impossível vivenciar tudo isto, o festival Chocalhos dá-nos muitas pistas para o que foi a transumância, como forma artística, como manifestação cultural e toda a sua tradição oral. É também a festa da vila de Alpedrinha, aqui o evento já é aguardado com ansiedade por todos, marca o fim do verão, a época das festas e das férias e por estes dias abrem-se as portas para dar de comer e beber aos forasteiros, já foi mais assim, mas as antigas adegas, lojas, arrecadações ou mesmo janelas continuam a serem pontos de prova de sabores desta região, aqui é possível comer filhós, acabadas de fazer, pasteis de bacalhau, uma farinheira ou chouriça assada e ovos verdes, entre outras iguarias, tudo bem acompanhado com um bom vinho da região, nomeadamente o Alpedrinha, que partilha o mesmo nome. Este ano fiquei deslumbrado com os olhares, deixei-me levar naquele mar de gente e nos seus rostos com olhares, distraídos ou direcionados a mim e fui fazendo registos como forma de comunicação, directa ou indirecta com todos os que se cruzaram comigo e que com eles estabeleci alguma relação, deixo-vos alguns desses momentos...

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